sexta-feira, 26 de março de 2010

MUSEU CASA DE PORTINARI COMPLETA 40 ANOS




No dia 14 de março DE 2010, quando comemorou 4 décadas, a instituição deu início a uma programação especial que se estenderá pelo ano todo.
O Museu Casa de Portinari, instituição da Secretaria de Estado da Cultura administrada em convênio com a ACAM Portinari, comemorou seus 40 anos durante uma cerimônia para aproximadamente 160 convidados, no último domingo (14/03), em Brodowski. No evento, foram homenageados, além do patrono da instituição, o artista Candido Portinari, 35 pessoas que estiveram presentes na solenidade de abertura, em 1970, e foram reconhecidas por meio de fotografias.
Segundo a museóloga e diretora da ACAM Portinari, Angélica Fabbri, a cerimônia foi uma forma de relembrar as figuras importantes que estiveram presentes na inauguração da instituição. “Essa homenagem só foi possível por meio da recuperação de arquivos e documentos originais importantíssimos, como o álbum de inauguração do museu”, explica a museóloga.
Entre os presentes no evento, estavam Antonio Ulhoa Carvalho e Zaía Barquete Carvalho, amigos dos pais de Candinho. Eles se lembram da aglomeração que tomava conta de Brodowski quando Portinari chegava e da emoção que a cidade sentia por ter em sua história um pintor tão importante. “Para nós, a comemoração aos 40 anos do museu é uma justa homenagem ao filho maior de Brodowski, Candido Portinari. Não temos nem palavras para expressar nossa emoção, neste que dia vai ficar na lembrança”, finaliza Zaía, que se diz honrada por seus netos serem também sobrinhos-netos do pintor.
Um dos meninos de Brodowski, retratado por Portinari quando tinha apenas 10 anos, foi homenageado também na ocasião. Arduíno Morando lembra que quando criança lavava os pincéis do artista, durante seus retornos a Brodowski, e que recebia em troca algumas moedas. Depois de crescido, Arduíno foi vereador e trabalhou na Câmara Municipal para que a casa do pintor se transformasse em museu. “Na época (1970) fiquei muito feliz com a passagem da casa para museu. Hoje me sinto muito emocionado por estar presente nos 40 anos, é gratificante poder participar dessa cerimônia”, relembra.
O evento ainda contou com a participação do atual diretor do Departamento de Cultura e Turismo de Brodowksi, José Marcos Passos Valente, que durante seu discurso afirmou ser a instituição “um expoente máximo do que é Brodowski”. O ex-prefeito Mario Fabbri, cuja gestão foi responsável pela criação do museu na década de 70, também recebeu homenagem especial, com a leitura do discurso de inauguração por seu filho Mario Fabbri Jr.
Durante o evento, o museu também deu início a uma programação especial: até o dia 21 de março os visitantes poderão assistir a vídeos que contam a trajetória dos 40 anos e participar de um concurso cultural que premiará, com livros, os autores das frases que melhor definam as quatro décadas da instituição.
“Completar 40 anos mostra como é importante construir obras que vão além dos limites locais, como é o caso do Museu Casa de Portinari. A intenção do nosso trabalho é transmitir esse patrimônio para as próximas gerações” afirma a museóloga Angelica Fabbri. Segundo ela, a comemoração do último dia 14 foi apenas simbólica. “O Museu Casa de Portinari pretende continuar festejando os seus 40 anos ao longo de 2010.”

Obs.: Na ocasião, foi exibido em telão um documentário com as fotos da Inauguração do Museu Casa de Portinari, identificando 35 pessoas (autoridades, visitantes, estudantes), e associando-as aos dias de hoje. Este documentário foi ofertado a todas estas pessoas pela direção do Museu Casa de Portinari, num gesto de profunda gratidão

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sexta-feira, 12 de março de 2010

A ANSIEDADE


A ansiedade

A ansiedade é como um jogo de dominós. A ansiedade de cada um detona a ansiedade de todos e a reação de todos é condizente com a ansiedade de cada um, o que provoca muitas vezes, desentendimentos de destruição. Muitas vidas se perdem, muitas relações se desfazem, muitos negócios deixam de se concretizar por conta da ansiedade.

Para desfazer o poder da ansiedade, é necessário em primeiro lugar que compreendamos que ela existe e como se manifesta. Compreendendo como se manifesta, fortalecemos em nós a consciência de que ela está presente e nos preparamos para enfrentar a situação de forma consciente, amorosa e pacífica, para desfazer o seu poder, força e ação.

Primeiro passo, para enfrentar a ansiedade é aprender a respirar de forma correta. Através do alento conseguimos manter um nós um ritmo suave de paz, que nos auxilia a viver a vida de forma mais intensa e prospera. Se pensamos no meio de torvelinhos de emoção, pouco conseguimos na vida, mas se pensamos com a paz, crescemos e somos mais.

Se soubermos que a ansiedade existe e que muitas pessoas gritam por conta dela, podemos esperar passar a força da ansiedade meditando no alento, até que ela passe e só depois nos manifestamos pacientemente. Essa é a forma mais inteligente de ser pró-ativo em nossas vidas, por isso, seja você também uma ponte para a paz e o amor no mundo.

Ricardo Steindorfer Proença
Publicado no Recanto das Letras em 11/03/2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

MOMENTOS DIFICEIS



MOMENTOS DIFÍCEIS

Autor Desconhecido

Por vezes nos encontramos em momentos difíceis, em fases dolorosas, onde a falta de direção é clara, onde a coragem, a confiança e o amor próprio são consumidos por uma voraz ansiedade, pelo vazio, pela confusão de pensamentos...
E, na maioria das vezes, não nos damos conta de que nós próprios criamos tais infernos. Condutas erráticas, escolhas equivocadas cerceiam-nos a oportunidade de crescer perante nossos olhos, nosso coração.
Em nenhum momento da vida devemos abandonar a guarda, a evolução, à mercê dos outros.
Quem deve abrir os nossos caminhos, somos nós mesmos.
Caminhos onde percorremos sózinhos, pois a evolução somente a nós pertence, só diz respeito a nós próprios.
Nossa ajuda se faz necessária para que a paz seja algo presente nos nossos dias, pois, a nossa busca, mesmo que não saibamos, continua silenciosa, dentro de nós, feito uma flor que desabrocha aos poucos, sútilmente, à espera da nossa presença para transformar-se na nossa realidade a qual devemos viver.
Ofereçamos oportunidade ao nosso despertar, através da disponibilidade em sermos presentes, em estarmos atentos, confiantes e amorosos em nosso caminhar. Lembremos que este é o nosso principal propósito. Sem a paz de espírito não poderemos desfrutar do que a vida nos tem a oferecer, pois, somente na presença da paz e do conhecimento é que podemos ter olhos para ver e coração para sentir as inúmeras belezas que nos cercam.

quarta-feira, 3 de março de 2010

SOU DO TEMPO ....



Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia..
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança.... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa.. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!


José Antônio Oliveira de Resende



Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura,
da Universidade Federal de São João del-Rei.